Hi5 vs Facebook

Quantos de nós não ouvimos já falar do Hi5? Cheguei a criar uma conta há um ano e pouco, mais para experimentar, mas nunca morri de amores por ele. Nem perc ebo como pode alguém gostar de algo tão fútil e superficial! É tão… “Morangos com açúcar”! Se continuo a dizer mal deles, ainda fico sem audiência! hahahahah Uma série de acasos levaram-me a conhecer o FACEBOOK, algo bem mais completo, sóbrio e interessante! Registei-me há dias, ainda estou a explorar todo o sistema, mas aconselho-o a qualquer um (é grátis). O que é? Bem, trata-se de uma rede social (à semelhança do Hi5) mas que permite procurar pessoas pelos seus interesses, entre outros critérios. É claro que possui outras tantas funcionalidades mas esta para mim é a principal. Algo que o Hi5 não tem, nem nunca virá a ter pelo aspecto da “coisa”. Vejamos então a review curiosa, que subscrevo, deste atento cibernauta acerca do Hi5 (que encontrei por mero acaso). Achei por bem sublinhar os aspectos que achei mais importantes: «O Hi5 está a por em risco o negócio milenar das casas de alterne. Quem não sabe o que é o Hi5? O mítico site para convívio social tornou-se quase a religião das camadas mais jovens. Afinal de contas é um magnífico “sítio” para se fazerem “amigos” que provavelmente nunca veremos na vida! O conceito é até relativamente simples: cria-se uma página de perfil, na qual pomos informações acerca de nós (idade, estado civil, altura, gostos,… sejam elas verdadeiras ou não), colocamos umas quantas fotos nossas e estamos prontos para fazer “amigos”! A partir desse momento, os milhões de membros desta comunidade poderão ver os nossos formosos focinhos e se nos acharem piada adicionam-nos como “amigos”. Assim se cria e começa um jogo onde quem tiver mais “amigos” é mais popular. Eis a essência de tal clube – uma luta (virtual) pela popularidade, um escape para a crueldade do Mundo real. I) O profile: Eis a nossa própria página, onde poderemos ser quem quisermos! E vejam só – podemos inventar tudo sobre nós, até o nome ou o sexo (o que é, sem dúvida, uma boa opção no caso do nosso nome ser Asdrúbal Coito Raimirando)! Assim sendo, a tua mais recente “amiga” chamada “Rakel_Loukinha_69” de Setúbal pode na verdade ser um “Paneleiro_Que_Te_Vai_Perseguir_E_Dilacerar_O_Anus_147” que mora a dois quarteirões de ti e a tua “SexyGirl_18aninhos” pode até ser muito gira mas pesar mais 150 Kg do que pensavas. Fabuloso! É deveras arrepiante observar os nicknames que andam por aí no mundo das pitas e dos mitras. Temos a “AkEwA MuNiNaH Ki Ti AdoWa MuItuHhHhh” (não, o meu Caps Lock não avariou, isto é mesmo assim), o “Puto do Guetto – Props ao gang du bairruh!”, o “Emo_trixtinhuh_tenham_pena_de_mim”, a “PunkLady_Allstars”, e o mítico “Tesudo_19cm_mostra_vergalho_na_webcam”. É também de extrema importância que no nosso profile inclua um pequeno texto sobre nós, no qual nos descrevemos como pessoas e é ao ler estas “descrições”, escritas pelos utilizadores do Hi5, que nos apercebemos de como o mundo em que vivemos é belo – todas as pessoas de lá são “simpáticas, divertidas, brincalhonas, interessantes, amigas, felizes, solidárias”! O maior defeito que podemos encontrar numa descrição de um profile é, regra geral, “um pouco teimoso” ou “às vezes um bocadinho preguiçoso”. Nada de pessoas cínicas, hipócritas, sanguinárias, cruéis, violentas, ignorantes, mal encaradas, rezingonas, merdosas ou qualquer outro adjectivo que faça parecer que não vivemos numa utopia. Depois de colocarmos os nossos dados pessoais e a nossa descrição, deveremos colocar uma foto. A foto deverá mostrar os nossos maiores atributos (seja um par de mamas tamanho D, uns peitorais à ginásio, um grande traseiro, etc.). É também de extrema importância acrescentar “textos” (do mais ridículo que possa haver) às nossas fotografias tais como “Eu Lolololol”, “Simplesmente Eu lololol no comments XDXDXD” ou “Eu no WC a cagar aquilo tudo”). Depois disso, rezem para que o vosso focinho e corpo sejam engraçados o suficiente para que consigam fazer “amigos”. II) Os principais tipos de utilizador: Vamos então dividir os diferentes tipos de utilizadores do hi5. Passo por isso a mostrar o seguinte gráfico, comprovado como verídico segundo um estudo do conceituado DCRB (Departamento Científico da República das Bananas), do qual eu próprio, por mero acaso, sou presidente, fundador, funcionário e empregado de limpeza: Ora, em primeiro lugar temos as pitas, com os seus hi5 irritantemente coloridos, cheios de mariquices brilhantes, músicas e vídeoclips “da moda”, fotos dignas de uma revista Gina e comentários hipócritas das suas “amigas” tais como “eX mt KidAh e FofInhAh dU tiPoh Di AmiGax Ki adOruhhh TeR lolololol XD DepOiX PaXa nUh MEU ProFile = ))) ExA BlUsAh fiCa tih meXmU Bemm!!!!! BeiJinHux FofUx, PoRta Ti MaL” (o que, tendo em conta que calinadas na ortografia hoje em dia são motivo de orgulho, traduzindo, significa: “Pronto já comentei essa tua foto em que a mini-saia mal te tapa as nádegas, grande porca oferecida, agora vai ao meu perfil porque pus uma foto nova do meu maior decote. Morre vaca, és uma falsa e essa blusa fica-te mesmo mal, otária gorda de merda!”). As pitas, regra geral, põem fotos que as favoreçam e façam parecer mais velhas para atrair “gajos bons” (traduzo novamente: gajos com aparência de D’ZRT, carro, popularidade, e Q.I. igual ao do pneu do carro). Em segundo lugar, temos as aberrações do sexo masculino. Ora estes fazem o simétrico às pitas. Colocam fotos nas quais exibem os seus atributos mais importantes (uma foto tirada pelo próprio aos seus peitorais, em frente ao espelho com o texto “Ai, tiraram me esta foto quando estava distraído, LOLOLOL!! Hihihihi!”) com o motivo de conseguirem arranjar “amigas” e, consequentemente, uma garota para levarem para a cama. Os grunhos tendem a ter o seu profile cheio de erros ortográficos dignos de um rapazola de cinco anos que entrou na primeira classe sem metade do cérebro (“cítio do custume”, “sinplesmente eu”, “eu num carro de vonbeiros”). Os Mitras/Basofes/Gunas tendem com ainda mais intensidade a por fotos suas em roupas “à hip-hop”, com uma qualquer arma numa mão e com um qualquer espasmo na outra mão que lhe coloca os dedos em posições que desafiam as leis da anatomia. Temos de seguida a quase metade de utilizadores que visita os profiles das pitas, deixando-lhes comentários do géNero* “Mostro o meu pau na webcam, adiciona-me.”, “Ai és muito fofa… Quero te comer LOLOLOL!” ou “Ai que fofinha que estás nessa foto, apesar de teres só catorze anos! Adiciona-me para nos conhecermos melhor! =)” (o que, na verdade, quer dizer: “És podre de boa, talvez eu te possa dar-te uma às escondidas já que não arranjo onde os despejar.”). Seguem-se as piadas, nas quais se incluem profiles falsos de famosos (que estão sempre recheados de “amigos”, uma técnica muito útil para se ser popular é ter-se o nickname “Diana Chaves”), os profiles falsos feitos por “amigos” para humilhar alguém, os profiles cuja única foto é uma imagem a dizer “Não tenho foto mas juro que sou bonito pa caral**!” e todas as outras montanhas de páginas que conseguem fazer menos figuras tristes do que as que acima referi. III) O funcionamento: Agora que já têm um belo de um profile e um mui rico grupo de “amigos”, começa a rotina – aceitar amigo, rejeitar amigo; pedir para ser amigo; ler comentários; postar mais uma foto; visitar profiles de amigos e comentá-los; deixar um comentário “fofo” àquela gaja boa que vos aceitou no outro dia na esperança que ela vos coma; etc.; etc.; etc.. Na sua essência, o Hi5 funciona como um sistema auto-sustentável: as pitas são pescadas pelos grunhos, mitras basofes, gunas, etc. para posteriormente serem comidas. Depois de serem comidas, voltam ao seu estado de espera até serem comidas por mais alguém. Os “(desespera/tara)dos" sexuais comem, basicamente, tudo o que lhes apareça à frente, incluindo os grunhos, mitras, etc.. Portanto, temos uma espécie de teia alimentar em cuja base se encontram os vegetais (neste caso as pitas que, por ironia do destino, possuem a mesma capacidade cerebral que os vegetais), que por sua vez são comidas pelas diversas espécies (de gunas, mitras, grunhos, basofes, etc.). No meio desta selva, há um super-predador, que devora tudo o que lhe aparece à frente (os tarados). IV) Peroração (Conclusão): O Mundo está cada vez mais mudado, cada vez mais estranho. Os estereótipos, as etiquetas, são cada vez mais comuns e seguidas, as novas religiões podem ser seguidas nas TV’s ou nos PC’s. Os média são Deus e as televisões, a Internet, as revistas, jornais e panfletos são os seus sacerdotes. Neste jogo de popularidade está espelhado um mundo quase ideal e é esse o motivo do seu sucesso. Torna-se sem dúvida muito mais fácil ser-se quem se quer ser mas não se consegue, usar máscaras, adquirir e seguir modelos e fazer um “amigo(a)” sem termos que ter uma conversa com ela, bastando para tal carregar num qualquer botão que diga “aceitar”. Torna-se quase possível resolver todas as necessidades sociais do indivíduo. O vício, o prazer dos jovens de hoje é o seguir etiquetas, ser-se social para se ser popular, o centro das atenções, um ícone aos olhos dos outros à semelhança dos seus ídolos. Parece que o prazer e o modo como o podemos obter está cada vez mais simples, bastando para tal uma dúzia de clicks.» Posto isto, nada mais tenho a acrescentar. Infelizmente, não consegui descobrir quem escreveu esta pérola, pois este é um comentário sério e realista mas hilariante ao mesmo tempo. Fenomenal. Quem quer que sejas, “se me estás a ouvir”, muitos parabéns!

Fonte: http://www.videogamer-pt.com/hi5-umas-quantas-verdades-t-1430.html

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