FreeBSD



O FreeBSD é um sistema operacional livre do tipo Unix descendente do BSD desenvolvido pela Universidade de Berkeley.

Está disponível para as plataformas Intel x86, DEC Alpha, Sparc, PowerPC e PC98 assim como para as arquiteturas baseadas em processadores de 64bits IA-64 e AMD64.

Considerado como robusto e estável, geralmente é utilizado em servidores, como de Internet ou Proxies, mas também pode ser utilizado como estação de trabalho.

Características

O FreeBSD é um sistema operacional multiusuário, capaz de executar em multitarefa. Ainda que o FreeBSD não possa ser chamado apropriadamente de Unix por não estar sob a licença do The Open Group, ele foi desenvolvido para ser compatível com a norma POSIX assim como outros clones do Unix.

O FreeBSD possui um sistema de arquivos próprio chamado Fast File System (FFS) que é uma derivação do Unix File System (UFS).

Ports

O Sistema de Ports, também chamado de Coleção de Ports ou simplesmente Ports, é um "sistema de instalação" de pacotes prático e eficiente utilizado pelo FreeBSD. Consiste numa estrutura de diretórios, os quais possuem arquivos (Makefiles) que especificam todos os pré-requisitos da instalação, como se deve compilar o código fonte, e o necessário para a instalação dos binários criados de um determinado pacote no sistema. Isto de forma praticamente automática, com pouca ou nenhuma intervenção do usuário.

O suporte do Ports é tão abrangente, possuindo atualmente mais de 20.000 softwares (abril/2009), que dificilmente é necessário procurar programas em outras fontes.

Arquivos binários pré-compilados do Ports são chamados de "pacotes" e estão disponíveis para download. Eles podem ainda ser automaticamente instalados sabendo-se o nome do pacote e passando este como parâmetro para o comando "pkg_add -r".

Compatibilidade binária com Linux

O FreeBSD fornece compatibilidade binária com muitas outras variações do Unix. O mesmo também é compativel com o OS GNU/Linux. A razão por trás disso está em poder utilizar programas desenvolvidos para Linux, geralmente comerciais, que só são distribuídos em forma binária e que por isso não podem ser portados para o FreeBSD sem a vontade de seus criadores.

Esta extensão permite que os usuários usem a maioria dos programas que são distribuídas apenas em binários Linux. Quando comparado com o número de programas nativos disponíveis pelo Ports, a quantidade desses programas é insignificante.

Alguns aplicativos que podem ser utilizados sobre a compatibilidade Linux incluem StarOffice, Netscape, Adobe Acrobat, RealPlayer, VMware, Oracle, WordPerfect, Skype, Doom 3, Quake 4, a série Unreal Tournament, Beonex e outros. Geralmente não há perda de performance na utilização de binários Linux em vez de programas nativos do FreeBSD.

Mascote e lema

Os derivados do BSD em geral tem como mascote um diabinho vermelho chamado Daemon que significa demônio em grego, mas na realidade se refere a programas que rodam na memória autonomamente para servir requisições.

Até 2005, o Beastie era o "logotipo" do FreeBSD, quando foi aberta uma competição para escolher um novo símbolo para o projeto. Em 8 de outubro, ganhou o desenho feito por Anton K. Gural para ser o novo símbolo do FreeBSD.

O lema do FreeBSD é The Power to Serve, ou seja, "O Poder de servir", obviamente se referindo a sua aplicação como servidor.

História e desenvolvimento do FreeBSD

O projeto FreeBSD teve seu nascimento no início de 1993, em parte como uma consequência do conjunto de manutenção não-oficial do 386BSD (Unofficial 386BSD Patchkit). O primeiro lançamento oficial foi o FreeBSD 1.0 em dezembro de 1993, coordenado por Jordan Hubbard, Nate Williams e Rod Grimes.

O objetivo original era produzir um snapshot intermediário do 386BSD, de forma a poder corrigir uma série de problemas com este sistema, que o mecanismo de manutenção não era capaz de resolver. Alguns se lembrarão do nome inicial do projeto que era 386BSD 0.5 ou 386BSD Interim em referência a este fato.

386BSD era o sistema operacional de Bill Jolitz, que já estava naquele instante sofrendo quase um ano de negligência. Como o mecanismo de manutenção patchkit se tornava mais e mais desconfortável a cada dia que passava, fomos unânimes em decidir que algo tinha que ser feito e decidimos ajudar Bill oferecendo a ele este snapshot interim. Tais planos foram bruscamente interrompidos quando Bill Jollitz decidiu repentinamente retirar sua sanção ao projeto sem nenhuma indicação clara do que deveria ser feito. Não levou muito para decidirmos que o objetivo continuava a valer a pena, mesmo sem a ajuda de Bill, e então adotamos o nome FreeBSD, sugerido por David Greenman.

O Início da divulgação e distribuição do sistema

Nossos objetivos iniciais foram definidos depois de consultar os usuários recentes do sistema e, uma vez estando claro que o projeto estava na estrada para, talvez, tornar-se uma realidade, entrei em contato com a Walnut Creek CDROM, com o olho aberto à possibilidade de aperfeiçoar os canais de distribuição do FreeBSD para as pessoas que não tinham acesso à Internet.

Walnut Creek CDROM não apenas aprovou a idéia de distribuir o FreeBSD em CD, mas também foi mais longe, ao ponto de oferecer ao projeto uma máquina para trabalho dedicado e uma conexão rápida com a Internet. Sem esta confiança, sem precedentes, da Walnut Creek CDROM no que era, naquele momento, um projeto completamente desconhecido, é muito provável que o FreeBSD não tivesse chegado tão longe e tão rápido ao ponto em que está hoje.

A primeira distribuição em CDROM (e na Internet em geral) foi o FreeBSD 1.0, lançado em Dezembro de 1993. Era baseado na fita 4.3BSD-Lite (Net/2) da Universidade da Califórnia, Berkeley (U.C. Berkeley), com muitos componentes originados do 386BSD e da Fundação do Software Livre (Free Software Foundation). Foi um sucesso razoávelmente grande para uma primeira aparição e nós continuamos o ciclo com uma versão altamente bem sucedida, o FreeBSD 1.1 release de Maio de 1994.

Transição e impedimentos

Por volta desta época (1994), algumas nuvens de tempestade inesperadas começaram a se formar no horizonte, conforme a Novell e U.C. Berkeley acertaram ao longo do processo penal entre ambas, a respeito da situação legal da fita contendo o Net/2 de Berkeley. Uma das condições do acordo eram as concessões da U.C. Berkeley que implicava que grandes trechos do Net/2 fossem códigos impedidos e de propriedade da Novell, que havia por sua vez adquirido-os da AT&T algum tempo antes.

O que a Berkeley recebeu em retribuição foi a bênção da Novell para o lançamento da versão 4.4BSD-Lite que, quando acontecesse, seria declarado como impedido e todos os usuários do Net/2 seriam fortemente encorajados a mudar de sistema para a nova versão. Isso incluiu o FreeBSD, ao projeto foi dado o prazo final de Julho de 1994 para parar de distribuir seu produto baseado na versão Net/2. Sob tais termos de acordo, o projeto poderia lançar uma última versão antes do prazo em questão, o que originou o FreeBSD 1.1.5.1.

O FreeBSD definiu então a árdua tarefa de literalmente se reinventar a partir de um sistema completamente novo e consideravelmente incompleto, o 4.4BSD-Lite. As versões Lite continham grandes blocos de código a menos, removidos pelo CSRG de Berkeley (devido a várias decisões legais), códigos necessários para a construção de um sistema inicializável e que podia ser utilizado em produção e o fato é, que a conversão do 4.4 para a plataforma Intel era altamente incompleta.

O projeto levou até Novembro de 1994 para concluir esta transição, quando lançou a versão 2.0 do FreeBSD na rede mundial e em CDROM ( em Dezembro ). Apesar de um pouco bruta naquele instante, a versão teve um sucesso significante, e foi seguida pelo FreeBSD 2.0.5, mais robusto e de mais fácil instalação, em Junho de 1995.

Breve histórico de versões

Lançamos o FreeBSD 2.1.5 em Agosto de 1996, que foi bastante popular entre os provedores de internet (ISP) e as empresas a ponto de justificar a viabilidade de outra versão no ramo 2.1-STABLE. Esta versão foi o FreeBSD 2.1.7.1, lançado em Fevereiro de 1997, que marcou o término do desenvolvimento mainstream do 2.1-STABLE. Agora em manutenção, apenas aperfeiçoamentos de segurança e outras correções críticas são realizadas neste ramo (RELENG_2_1_0).

O ramo 2.2 do FreeBSD foi iniciado a partir da série parcial de desenvolvimento (-CURRENT) em Novembro de 1996, foi intitulado ramo RELENG_2_2, e a primeira versão completa (2.2.1) foi lançada em Abril de 1997. Versões posteriores ao longo do ramo 2.2 foram criadas no verão e outono de 1998, sendo a última delas (2.2.8) lançada em Novembro de 1998, marcando o início do fim do ramo 2.2.

A árvore foi ramificada mais uma vez, em 20 de Janeiro de 1999, iniciando os ramos 4.0-CURRENT e 3.X-STABLE. A partir da 3.X-STABLE, a versão 3.1 foi lançada, em 15 de Fevereiro de 1999; a versão 3.2 foi lançada em 15 de Maio de 1999; a 3.3 em 16 de Setembro de 1999; a versão 3.4 em 20 de Dezembro de 1999, e a 3.5 em 24 de Junho de 2000, que foi complementada um pouco depois com uma pequena atualização de segurança, o 3.5.1, que incorporava algumas correções de segurança de última hora para o Kerberos. Esta se tornou a versão final para o ramo 3.X.

Outro ramo foi iniciado em 13 de Março de 2000, de forma emergencial na metade do ramo 4.X-STABLE, considerado agora o ramo -STABLE corrente. Posteriormente houve várias versões desta série: 4.0-RELEASE foi apresentado ao mundo em Março de 2000, e a versão mais recente, 4.10-RELEASE surgiu em Maio de 2004. Existiriam versões adicionais ao longo do ramo 4.X-STABLE (RELENG_4) ainda em 2003.

A versão 5.0-RELEASE, muito aguardada, foi anunciada em 19 de Janeiro de 2003. O resultado culminante de aproximadamente três anos de trabalho, esta versão colocou o FreeBSD no caminho do suporte avançado a multiprocessamento simétrico, suporte avançado a aplicações multithread e apresentou ao público suporte às plataformas UltraSPARC® e IA64. Esta versão foi seguida pela 5.1 em Junho de 2003.

Além de um número muito grande de novas funcionalidades, as versões 5.X do FreeBSD contém ainda uma série de trechos em desenvolvimento em todas as arquiteturas de sistemas relacionadas. Por tal razão, as versões 5.X são consideradas versões de Nova Tecnologia, enquanto a série 4.X atua como versões de Produção. No momento apropriado, a série 5.X será declarada estável e o trabalho mais recente será destinado ao próximo ramo de desenvolvimento, o 6.0-CURRENT.

Por hora, projetos de desenvolvimento que requerem mais tempo continuam sendo realizados no ramo 5.X-CURRENT, e versões SNAPshot da série em CDROM (e lógico, na rede) estão contínuamente sendo disponibilizadas a partir do servidor de snapshots e apresentado como trabalho em progresso.

Produtos baseados no FreeBSD

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